Mortalidade indígena cai 12,19%, mas saúde ainda tem poucos recursos
Edivaldo Bitencourt e Juliene Katayama
A mortalidade infantil indígena teve
redução de 12,19% no ano passado, de 33,20 para 29,15 para cada mil
nascimentos, segundo a SEI (Secretaria Nacional Especial Indígena).
Apesar de continuar em queda desde 1999, quando chegou aos números
assustadores de 140/mil, a saúde indígena ainda tem poucos recursos em Mato Grosso do Sul.
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Segundo o secretário especial de Saúde Indígena,
Antônio Alves, a taxa de mortalidade infantil continua em queda no
Estado, que conta com 73 mil índios, a segunda maior população no País. A
taxa chegou a ser escândalo nacional e ser comparável aos países
miseráveis da África, quando 140 de cada mil crianças nascidas vivas
morriam antes de completar um ano.
Em 10 anos, considerando-se a taxa de
60,64 registrada em 2004, houve queda de 50% no índice de mortalidade
infantil nas aldeias do Estado. No entanto, os números ainda são
alarmantes, já que são o dobro da média estadual, que está em 15,14,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Durante prestação de contas no auditório
da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do
Sul), Alves informou que o orçamento deste ano para a saúde indígena é de R$ 60 milhões. O investimento per capita é de R$ 1 mil/habitante.
Apesar do valor ser superior aos R$ 600 por habitante investido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o montante é insuficiente. De acordo com Antônio Alves, o dinheiro para saúde indígena inclui os gastos com logística.
O problema no Estado é a precariedade
das estradas de acesso às aldeias, que não possuem manutenção e exige
mais dos veículos, conforme explica o chefe do Departamento de Atenção à Saúdeda SEI, Vanderlei Guenka.
Por este motivo, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena,
Pedro Luiz Gomes Lulu, conta que a entrega dos novos veículos não ajuda
muito o setor. “Estamos há três anos na estaca zero”, argumentou.
A superintendente estadual Indígena,
Silvana Dias de Souza Albuquerque, destacou que o transporte é essencial
para garantir o atendimento de saúde nas aldeias porque lês são distantes.
Nesta quinta-feira, o Governo federal entregou 15 viaturas para a saúde indígena, sendo 13 caminhonetes, uma van e um caminhão (para saneamento). Também foram entregues 400 bicicletas.
“O principal problema de saúde nas aldeias é a falta de saneamento”, avaliou Lulu. Ele disse que essa carência afeta outros problemas.
Segundo Guenka, os principais problemas de saúde das
crianças indígenas são pneumonia, diarréia e nascimento prematuro que
precisa de atendimento em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Entre
os adultos, os pro0blemas são hipertensão, diabete, tuberculose e
osteomuscular (problemas de coluna).
Silvana citou que o Governo estadual pretende levar água para as reservas indígenas e criar um programa de saúde específico para as mulheres indígenas.
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