domingo, 6 de junho de 2010

Zeca provoca Puccinelli em discurso que até chorou


Foto de cima:
Zeca (esquerda), José Dutra, o senador Delcídio, e Marcos Garcia, do PT regional: festa petista




MIDIAMAX
Celso Bejarano e Paulo Xavier
Diego Alves

O ex-governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, pré-candidato ao governo, disse hoje no 18º Encontro Estadual do PT, em Campo Grande, que se eleito for, já no primeiro dia de mandato, vai desfazer os “erros” supostamente praticados por seu adversário, o governador André Puccinelli, pré-candidato à reeleição pelo PMDB.

Uma das falhas apontada pelo petista diz que Puccinelli teria “doado” grande parte dos maquinários da Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimento de Mato Grosso do Sul) a empreiteiras que atuam aqui no Estado.

Contudo, o pré-candidato não detalhou que máquinas seriam essas e os nomes das empresas que teriam sido favorecidas com as “doações”. Esse seria o primeiro ato de Zeca, se eleito.

A segunda ação do petista, segundo ele, seria o retorno da Bolsa Família, programa assistencial, suspenso por Puccinelli por dois anos, reativado no fim do ano passado, já com outro nome e fórmula. Hoje o projeto se chama Vale Renda e, ao invés da distribuição de alimentos, o governo doa dinheiro.

Já a terceira atitude de Zeca tem a ver com as finanças. Ele disse que vai pedir de imediato um levantamento apurado dos recursos captados e gastos pelo Estado.

Encontro

O encontro estadual do PT reuniu, segundo seus organizadores, ao menos 1.800 filiados no GrandMère Buffet. Por lá apareceram, além dos petistas, representantes dos partidos que devem compor alianças com o PT, como o PDT, PSL, PP, PC do B e PV.

O discurso de Zeca foi o que mais agitou os petistas. Ele comentou a trajetória do partido e dos oito anos que governou o Estado, admitiu falhas e prometeu um retorno “experiente”.

Chorou ao recordar de nomes como o de Jurandir, petista histórico, morto recentemente em Campo Grande; Geraldo Garcia, ligado ao MST, morto num acidente na década de 90; Ricardo Brandão, advogado militante em entidades de defesa dos direitos humanos e de Dorcelina Folador, ex-prefeita de Mundo Novo, assassinada na década de 90 e a professora Acácia Milhomem, professora, petista, que morreu este ano.

Num discurso efusivo, Zeca disse que essa será sua 11ª campanha eleitoral e a que mais “empenho” deve impor. “Ganhar ou perder é da disputa, mas essa será a campanha do restabelecimento do respeito”, disse ele.

Na sequencia, o petista atacou Puccinelli, a quem chamou de “governador de fachada e autoritário”.

“No início quase ninguém acreditou em minha candidatura, iniciada lá atrás, no fim de 2007. Um ano se foi e estou aqui, candidato. Não me curvei, não me rendi, não me vendi”, disse o petista, aplaudido depois à exaustão.

Campanha

No final do discurso, ele disse à imprensa que não teme a falta de recursos para bancar sua campanha. “Na primeira que conquistei o governo a prefeitura do Estado era do PMDB e o governo, também. “Naquela época descarregaram dinheiro da máquina e eu venci assim mesmo”, afirmou.

Pelo combinado no encontro, o PT acertou a candidatura de Zeca do PT, de Delcídio do Amaral (senador petista) e Dagoberto Nogueira (deputado federal pelo PDT), ao Senado. O vice de Zeca não foi definido ainda. A escolha deve ser anunciada até o dia 30 deste mês. Despontam como favoráveis mebros do PV, PSB do B ou PP, aliados dos petistas.

Folga

O governador Puccinelli não foi localizado na tarde deste domingo para comentar os ataques do petista. Ele não participou de evento público e avisou que iria fica em casa, com a família.

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